31/05/2013

Camuflagem

Hoje eu quis ter cabelos compridos, quis alongar meus curtos fios, porque a dias tento me misturar na multidão.
Juro, até pensei em loiro e liso. E fingir que não era eu.
Até perceber que maços de cabelo só fariam me esconder, ainda mais.
Acho difícil ser eu, acho difícil me entender e sentir. Ainda que eu me mostre, imagine então se me escondesse...

Desisti.
Ainda bem. 


Então, deixemos isso de alongar cabelos pra lá! Vamos comprar um sapato alto, um esmalte azul, fazer uma tatuagem e LEMINSKI...



Parem
eu confesso
sou poeta
cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face
parem
eu confesso
sou poeta
só meu amor é meu deus
eu sou o seu profeta.




E MAIS UMA PARA HOJE...

Um homem com uma dor

um homem com uma dor 
é muito mais elegante 
caminha assim de lado 
como se chegasse atrasado 
andasse mais adiante 
carrega o peso da dor 
como se portasse medalhas 
uma coroa um milhão de dólares 
ou coisa que os valha 
ópios édens analgésicos 
não me toquem nessa dor 
ela é tudo que me sobra 
sofrer, vai ser minha última obra

LEMINSKI, Paulo.

27/05/2013

Parada no tempo.

Dias de repouso, com frio, são assim:


Camisola de Bolinhas....


Cobertor e chamego do gato


Um crochet para criar.... 


E ainda:
Chocolate quentinho,
Marisa Monte na vitrola,
Wood Allen com pipoca,
Um gibi  de Neil Gaiman....

___________

21/05/2013

Imagine.. Se um dia...

Visitando o recém nascido mais que bem vindo, necessário, ao fantástico mundo dos Blogs o SABEDORIA PERDIDA, me desenrolei em mil palavras ao tentar escrever um pequeno comentário por dois motivos óbvios: trata-se de um texto sensacional que não se comenta com meias palavras e tocou profundamente no meu momento.

Senti-me então na obrigação de aqui transcrever o fato e divulgar a página, afinal de que é feito os bons pensamentos e reflexões se não por reações e reações sobre o que nos atinge...


''Mas e aquele sorriso que aparece no canto da boca no decorrer do dia, sem motivo algum? Quem nunca sentiu''
(trecho do post)
Meu Comentário
Nem só por sonhos ou dejavu... Mas por tudo que a mente fantasticamente cria, ou descria.
Por uma palavra ou ato que a imaginação desdobra em mil possibilidades e interpretações possíveis e impossíveis principalmente.
E quando a mente descria ou impossibilita ou se trava para não se desdobrar ainda mais, o sorrisinho se transforma num frio estranho e medinho de ter externado tudo que imaginou e nada daquilo ser viável fora do âmbito imaginário.
Só sei que nada supera a delícia do ''impossível'' que a mente miraculosamente cria e em consequência o ato em si que multiplica as desdobras do imaginário.

Particularmente não mudaria nada do meu passado, pode parecer clichê ou nonsense, mas cada dor me trouxe ao meu presente.
 
 
É isso, sou isso, estou isso.
______________________________________________

14/05/2013

Post Dedicado.

Tenho andado meio com a mente vazia, dias de sei lá o que.
Não sei o que dizer.
Só me Vem Gal e Vander Lee.


Vou acender meu narguilé com laranja e deixar o som encher minha mente.



"Agora esquece essa intenção, que a vida acende  o candelabro da razão
juntando outros lados da mesma questão,
as cartas na mesa e as cinzas no chão,
dispenso as certezas, mas presto atenção
recolho meus cacos
e deixo nos braços da canção....

....e vou dar uma volta...."
___________________



10/05/2013

Para não morrer, Afogar-se.

Eu vim aqui hoje para falar das mãos, da delícia de ter tido uma super mãe, da grandeza de ter tido uma avó como mãe, do milagre ser mãe.
Mas eu tô na lanterna, no estado lanterna, completamente afogada. E eu amo isso.

Mãe eu te amo, vó Maricota eu te amo, Vivi, minha pequena, você sempre será a maior das minhas paixões e a todas que nossos destinos foram traçados na maternidade: obrigado por me tornarem aquela que com orgulho levanta a cabeça e segue.

Mas eu tô a flor da pele, no estado barco sem rumo, completamente sem vela.
E é disso que eu preciso falar agora, ou não seria eu.

Como eu adoro esse meu estado ''off'' do mundo, não pensar em nada ao mesmo que em tudo, mergulhada nas letras que saem do som, no sabor alaranjado do narguilé, na mistura das tintas, pendurada pelas escadas para alcançar o alto das paredes que ainda não ganharam cor.
Ainda que não possa desfrutar deste estado neste final de semana, afinal, minhas malas já estão prontas, os presentes embrulhados, a passagem na mão, a saudade apertando.
E dar início a saga Rio - Minas - Rio, tomar o cafezinho de vovó, o almoço de mamãe, o carinho de Vivi, a balada com os meus,...

Tudo devidamente registrado pelo // >> INSTANGRAM  << // como sempre =)

___________________________________
E são tantas marcas que já fazem parte
Do que sou agora mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando vê se não vai demorar...
 

08/05/2013

Tudo igual no mundo das diferenças.

Eu que disse hoje mesmo que quase não vinha aqui para reclamar da vida, não pelo menos de forma tão clara e objetiva... Enfim, vamos ver se eu consigo fazê-lo sem meu toque lúdico.



É difícil entender e viver neste contesto, aonde a diversificação tem sido tão enaltecida ao mesmo que os padrões tão evidentes. Não é um conflito, a diversidade não bate de frente a padronização, é um estado de hipocrisia, aonde diz-se com a boca que é belo ser diferente ao mesmo que aos olhos só agrada o igual, o costumeiro.
E a sociedade é cruel, os padrões são cruéis, os olhos são cruéis. É difícil demais não ter longos e lisos cabelos loiros, não ter plástico em baixo da pele, não saber cantar o hit da rádio, não usar vestidos colados.
É difícil, é pesado, é complicado, é solitário.
Pode parecer pequeno, mas cada vez que alguém desconhece o que está tocando no meu fone de ouvidos, ou quando me perguntam porque não deixo meus cabelos crescerem, me sinto quase pequena, meio sozinha, meia incompreendida ou quase perdida.

Eu gosto mesmo é de ser eu, é de ouvir Celso, Chico e Rage; de ter meus cachinhos embolados, ser cheia de tatuagem e planejar mais tantas outras, de me sujar de tinta, incensos e narguilé.

Ainda que com umas bainhas, uns pneuzinhos, e tudo mais.

Ainda que vez ou outra a gente se canse de não se encaixar.

Ainda que vez ou outra eu não queira nem acordar.

07/05/2013

Um dia Concreto

Para uma semana que começou tão pesada, uma poesia concreta, Aroldo de Campos musicado por Caetano, porque eu realmente não sei o que escrever, vejo a página em branco  e não sei o que escrever, mas deixa-la em branco me traz o risco de que escrevam nelas por mim.
Dias de nada....




"Coração exposto como um nervo tenso retenso um renegro
Prego cego durando na palma polpa da mão ao sol
Circuladô de fulô ao deus ao Demorará..."





E para continuar, lá pro fim do dia, um expresso, forte e intenso e algumas das minhas orações, para que amanhã, tudo se encha.



Se pelo menos meu pensamento não sangrasse,
se pelo menos meu coração não tivesse memória,
como seria menos linda e mais suave a minha história."
(CACASO) 
 
_________________________________________
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...