28/11/2011

Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas...

Passaria dias sentada a beira da calçada vendo a chuva cair. Porque cada gota é diferente é como se fosse outra chuva.
Na verdade eu passaria dias sentada assistindo a dias que já se passaram, momentos já vividos a chuvas já caídas. Porque às vezes reviver é tão bom quanto viver, é como sentar-se à chuva e sentir numa nova gota o mesmo intenso frescor da anterior.
A chuva ensina a reviver.
E para esses dias chuvosos




Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer,
Acomodei minha dança, os meu traços de chuva

E o que é estar em paz
Pra ser minha e assim ser tua
Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas
E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!
Nada do que fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra tua boca
E, mesmo que eu te me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela

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