15/11/2010

 Sem negrito ou itálico. Sem colorido, Nem meias palavras.

Estou me acostumando com o escuro, eu que tinha tanto medo dele.
Com o silêncio também, ou as poucas falas.
Nem sinto tanta falta dos sabores e perfumes.
Estou me acostumando a ver de longe, a sentar na praça e ver as cores que já não fazem mais parte de mim, as cores ao redor e não mais dentro.
Há quem enxergue a verdade nos meus olhos, assim eu rezo, mas há tanto a se ver mais notório que os olhos que se tornam vagas as esperanças.
Eu estou aprendendo, me contentando, aprendendo a me contentar com o nada, ainda melhor que com as sobras.
Eu não quero um coelho, nem quero desse vez ser o ''Coringa'', nem quero ouvir os tiros ou o som das páginas virando. Eu prefiro o silêncio, o nada.
Cansei do peso de ser um peso, eu quero ser leve e voar outra vez, ainda que no mesmo curto pedaço de céu.
Eu prefiro ficar muda a dizer meias palavras, restos de palavras.
Eu prefiro o silêncio e o escuro.




Um Chico para essa madrugada.

Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor...
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água..
(Chico Buarque - A Gota D'agua)

_____________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Blog se alimenta dos seus comentários. Obrigado.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...