14/03/2010

Nota de falecimento.

É isso.

Tenho um nervo exposto e preciso dizer.
Nem sei a quem ao certo ou o que, mas sinto na garganta o nó de quem engasga com seu próprios pensamentos.
Ainda que leve em consideração que a esta hora ninguém mais me ouça, este é só um desabafo.

tenho tantas letras presas a garganta que nem sei se unidas fariam algum sentido.
Hoje percebo que fui atingida pelo meu maior medo e o pior: ele saiu de mim mesma para me pegar.
Ainda que visite tantos lugares imaginados e desejados, findo no mesmo lugar: em mim. Sinto tedio de mim mesma e vou levando os segundos como quem espera explodir.

Talvez tenha levado muito a sério a fantasia de borboleta e sinto-me aprisionada no meu próprio casulo de medos e receios.

Estou presa sem saber como sair, porque não posso fugir de mim mesma.
Talvez eu tenha morrido, e ainda não saiba.
Calo-me então em minha própria existência:
Profana, relapsa, mediana.

(desabafo - Bruna Tavares)

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